A Tragédia do "Titanic" O fato e as conseqüências, um ano depois ¾¾¾¾¾¾ |
Na noite de 14 de abril de 1912, o "Titanic", transatlântico "insubmergível" que fazia sua primeira viagem, chocou-se contra um iceberg e foi ao fundo do mar em poucos horas. No dia seguinte, 15 de abril, o The New York World registrava a tragédia: Titanic Strikes an Iceberg, Begins to Sink at Head (Titanic bate num iceberg, começa a afundar pela proa). |
A primeira notícia |
Segundo as informações, o primeiro pedido de socorro por radiotelegrafia teria sido captado às 10h 25min da noite do dia 14. Os últimos, aos 27 minutos do dia 15. |
Os pedidos de socorro |
O "Virginian" teria sido o primeiro navio a atender ao pedido do "Titanic". |
O "Virginian" parte em socorro |
Várias pessoas famosas e ricas estariam no navio, segundo as notícias. E havia esperança de que um pronto resgate fosse realizado, já que várias embarcações se encontrariam próximas do local da tragédia. |
Esperança para ricos e pobres |
Na mesma edição, o jornal mostrava a imagem de iceberg e informava sobre o perigo que também rondava a viagem de outros navios passando pela mesma região. |
Os "icebergs assassinos" |
Em 16 de abril, o World dava aos leitores a extensão real da tragédia: Titanic Sinks; Fear 1,500 Lost (Titanic afunda; Teme-se a perda de 1500 vidas). |
A consumação da tragédia |
Assim o New York Tribune registrou a tragédia, no mesmo dia, incluindo um desenho que mostrava um barco salva-vidas afastando-se do transatlântico que afundava. |
Manchete do "New York Tribune" |
As notícias informavam sobre o desespero dos parentes dos passageiros e mostravam que, um dia depois da tragédia, pouco se sabia sobre o número de vítimas e de sobreviventes, porque vários navios haviam efetuado o salvamento. |
A incerteza dos parentes |
O jornal conseguiu identificar o operador responsável pelo sinal "S.O.S.", último enviado pelo "Titanic" antes de afundar. |
O último sinal do "Titanic" |
Em Londres, muitas pessoas ainda não tinham tomado conhecimento da extensão da tragédia. E os jornais já começavam a discutir modos de se contornar problemas semelhantes no futuro. Uma das idéias seria equipar todos os navios com luminosos que permitiriam enxergar icebergs em alto-mar. |
Evitando icebergs |
Segundo especialistas da marinha britânica, a profundidade média do lugar onde afundara o "Titanic" era de 2000 milhas. |
O "Titanic" no fundo do mar |
No mesmo jornal apareceu uma notícia curiosa sobre as tentativas desesperadas de comunicação com o navio. As trocas de mensagens entre as autoridades náuticas e o transatlântico acabaram sendo atrapalhadas pela interferência de amadores, cuja participação voluntária criou estática nas transmissões, a um ponto "incomum". |
Muita ajuda atrapalha |
Veja agora as notícias publicadas no jornal The World, um ano depois da tragédia. A primeira matéria, intitulada "Icebergs Novamente um Perigo", relatava o avistamento de icebergs no Atlântico Norte, próximos ao local de naufrágio do transatlântico. Entre as informações, o número aproximado de mortos (1500) e as coordenadas do local da tragédia. |
Um ano depois |
A segunda imagem revela um fato não muito conhecido. O "Titanic" era um dos dois navios construídos pela mesma companhia, ambos pretensamente insubmergíveis. O navio "irmão" chamava-se "Olímpico". Essa embarcação teve de ser reformada antes mesmo do lançamento, para eliminar as deficiências expostas pelo desastre. O título da matéria: "Olímpico, Reconstruído com Base nas Lições Ensinadas pelo 'Titanic', Aqui (em Nova Iorque)". O subtítulo: "Experts que examinaram o grande navio declaram que ele é quase tão insubmergível quanto qualquer navio possa ser". O preço das alterações: um milhão e quinhentos mil dólares. Além do reforço do casco, outra modificação introduzida foi, evidentemente, o aumento do número de salva-vidas. |
O "irmão" do "Titanic" |
Na mesma linha, outras grandes empresas náuticas da época aproveitavam a lição e tratavam de reforçar a segurança de suas embarcações. Na matéria "Segurança no Mar um Ano Após o Naufrágio do Titanic", o jornalista ressaltava os esforços feitos por aquelas empresas e quantificava o aumento do número de salva-vidas em cada um dos principais transatlânticos. "Assustado com o horror da maior tragédia marítima, o mundo civilizado iniciou uma ávida busca pelas causas e por meios de salvaguardar o futuro". |
O reflexo nas medidas de segurança |
O título do terceiro recorte acima é "Aumento da capacidade de salva-vidas desde a data do desastre do Titanic". Um ano após o naufrágio do "Titanic", as discussões não se resumiam à segurança no mar. A questão jurídica envolvendo parentes de vítimas e seguradoras, além da situação dos sobreviventes, também eram notícia no jornal The World. Na matéria "Crianças Abandonadas do Titanic Passam Necessidade", o jornalista contava que duas crianças francesas que viajavam com o pai, morto no acidente, tinham sido salvas por uma norte-americana e depois cuidadas por ela no "Carpathia", navio que recolheu os sobreviventes. Entretanto, passado um ano, nenhuma ajuda havia sido oferecida pela companhia às crianças e à mãe, que viviam em estado de indigência na cidade de Nice. Por causa disso, a mãe teria decidido acionar os responsáveis, pedindo 30 mil dólares de indenização. |
Os deserdados do "Titanic" |
A matéria também continha outra informação interessante: os prejudicados pela tragédia tiveram apenas um ano para fazer queixas legalmente válidas. Os dias que antecederam o final do prazo (15/4/1913) foram férteis em matérias sobre as ações penais. |
As ações indenizatórias |
Espertamente, as seguradoras tentaram estabelecer um teto para a indenização. A manobra foi frustrada pela decisão tomada pela Justiça norte-americana, determinando que o naufrágio, embora ocorrido em alto-mar, deveria ser tratado como qualquer outro que tivesse ocorrido nos portos da Inglaterra. |
A decisão da Justiça |
Nas preparações para o "Dia do Titanic", o jornal The World relatava a intenção de se construir uma torre com um farol para lembrar a tragédia, no Seamen's Institute em Nova Iorque. Vários milionários já haviam contribuído financeiramente para o projeto, entre eles o banqueiro J. P. Morgan, falecido no início daquele mês. |
O Memorial do Titanic |
Afinal chegara o dia histórico: o aniversário de um ano da tragédia. Embora o transatlântico tenha batido num iceberg na noite de 14 de abril de 1912, o naufrágio só se consumaria nas primeiras horas do dia 15, daí a escolha da data para as solenidades realizadas em Nova Iorque. O jornalThe World (O Mundo) veiculou matérias especiais sobre a data. A primeira imagem refere-se à cerimônia religiosa mais importante do dia, marcada pela presença de sobreviventes e pelo lançamento do monumento em lembrança da tragédia, um farol que ainda seria construído naquela cidade. O título da matéria: "Elogios aos Heróis do Naufrágio do Titanic em Cerimônias Religiosas". |
O aniversário da tragédia |
Bem longe dali, no mesmo local onde o transatlântico naufragara, mais de 1000 passageiros e tripulantes do "Mauritânia" faziam uma homenagem às vítimas: "Flores ao Mar Onde o Titanic Afundou". O subtítulo: "No Aniversário do Desastre, Lembrança da Senhora Harris e uma Outra (Lembrança) são Lançadas do Mauritânia". |
A homenagem do "Mauritânia" |
Dizia o texto: "Quando o Mauritânia, navio da Cunard, que chegou ao porto ontem, atingiu em 15 de abril o ponto onde o Titanic havia naufragado exatamente um ano antes, o grande navio diminuiu a velocidade. Benno Neuberger, um passageiro, andou até o parapeito e lançou duas coroas de flores ao mar. Uma delas tinha sido dada pela senhora Henry B. Harris, viúva de um gerente teatral que perdeu a vida no Titanic; a outra era um lembrança oferecida pelo Asilo Infantil Hebraico. O senhor Neuberger é presidente do Asilo e a senhora Harris, uma de suas diretoras". Outro sobrevivente foi objeto de comemorações. A matéria: "Celebra-se o Resgate de um Habitante de Bayonne que Estava no Titanic". O texto: "Amigos e parentes de Thomas McCormack, da rua West Nineteenth, Bayonne, Nova Jersey, ofereceram uma recepção a ele na noite passada para celebrar seu resgate no desastre do Titanic. McCormack estava a caminho de casa depois de visitar seus parentes na Irlanda e pulou do navio. Ele agarrou-se à borda de um dos botes salva-vidas, sendo puxado para dentro por duas jovens mulheres, que evitaram que os marinheiros batessem nele com os remos na tentativa de jogá-lo de volta ao mar". |
O sobrevivente da tragédia |
O destino dos oficiais do transatlântico também atraiu a atenção da imprensa, naquele momento. Um deles havia sido promovido e outro, degradado. Um caso curioso refere-se a um oficial que deixara a atividade por ... deficiência visual, revelada num exame de rotina. Mas a investigação revelou também que o fundo de indenização, então com quase dois milhões de dólares, estava tendo uma valorização estranhamente baixa. Seu curador era alvo de "severas críticas". Uma delas referia-se ao prazo total proposto para a distribuição do fundo: 40 anos. |
O destino dos oficiais e do fundo de ajuda |
O jornal The World publicou um resumo dos acontecimentos relativos ao "Titanic", em 16 de abril de 1913. Eis o texto:
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O efeito positivo da tragédia |
Na sua seção de novidades literárias, o World registrou o lançamento do primeiro livro sobre a tragédia, escrito por um sobrevivente: "A Verdade Sobre o Titanic", de autoria do coronel Archibald Gracie, já falecido à época do lançamento. |
Livro sobre a tragédia |
É muito conhecida (e explorada em filmes e livros) a suposta "maldição de Tutancâmon". Em resumo: quando o suntuoso túmulo do faraó foi descoberto em 1922 pelos ingleses, esses também teriam tomado conhecimento de uma inscrição em suas paredes que lançava uma maldição sobre aqueles que violassem o túmulo. Uma série de mortes ocorridas com os participantes da expedição, a começar do próprio chefe dela, Lord Carnavon, fez correr entre o povo e a mídia a história da maldição. No jornal Los Angeles Express, de 21 de fevereiro de 1930, uma dessas estranhas mortes foi relatada em conexão com a crendice. |
A maldição de Tutancâmon |
A matéria, de título "A Maldição do Rei Tut Leva Nobre a um Salto Suicida", informava sobre a morte de Lorde Westbury, que se jogara do sétimo andar de um edifício, supostamente torturado pela morte de seu filho e pela obsessão com a maldição de Tutancâmon. O filho de Westbury, Richard, tinha sido secretário do arqueólogo descobridor do túmulo, Howard Carter. A própria matéria, embora explore a lenda, afirma que o filho do Lorde morrera de causas naturais. Seria a décima morte de envolvidos com a descoberta e a violação do túmulo, série iniciada com Lorde Carnavon, financiador da expedição, falecido duas semanas após a abertura do túmulo. Estranhamente, o principal responsável pela descoberta, Howard Carter, continuava vivo e ainda passaria mais 9 anos explorando os tesouros da tumba de Tutancâmon. A exemplo da suposta maldição de Tutancâmon, teria havido, antes dessa, a "maldição do Titanic"? A imprensa não explorou o fato, mas o jornal The World publicou uma curiosa notícia que poderia ter dado origem a mais uma lenda. No próprio dia em que o mundo lembrava as vítimas do "Titanic", falecidas havia um ano, o fundador da companhia responsável pela construção do transatlântico era submetido a uma cirurgia em Londres, vindo a morrer das complicações dela, dois dias depois. O título da matéria: "Wolff, Construtor de Navios, Morre em Londres". O subtítulo: "Seu Fim Seguiu-se a uma Cirurgia Feita no Aniversário do Naufrágio do Titanic": |
A maldição do "Titanic"? |
Maldição para alguns, sorte para outros. É um fato muito pouco divulgado que o pai do presidente de honra da Fifa, João Havelange, havia comprado uma passagem para a primeira viagem do "Titanic". Ao chegar atrasado ao porto de Southampton, descobriu que perdera o navio. Só mais tarde, ao ouvir as notícias sobre o desastre, soube que ganhara a vida. Na próxima página, conheça o jornal The World (O Mundo), no qual foram publicados os primeiros jogos de palavras cruzadas, em 1913. |
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
titanic!
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